Ler as postagens dos professores festejando que
chegaram as suas férias está doendo muito em mim. Eu nunca mais terei férias,
estou permanentemente em férias. À noite eu choro de saudades de mim mesma.
Tenho só 50 anos, ainda poderia produzir muito. Queria não chorar mais, não
sofrer mais, não fazer sofrer quem está perto de mim e quem gosta de mim.
Queria ser normal. Não queria nunca mais tomar remédio, nem ir ao psiquiatra,
nem fazer besteiras; não queria ter ímpetos de revolta. Não queria ter vontade
de quebrar coisas e de sair correndo e gritando pela rua. Queria ter minha
antiga vida de volta. Meu Deus como dói.
Síndrome de Burnout
domingo, 29 de junho de 2014
quinta-feira, 12 de junho de 2014
DOENÇA X
CASAMENTO
No começo
deste ano de 2014, deparei-me com o inevitável fim do meu casamento. Foram
quatro anos de desgaste emocional e rupturas quase que diárias de paciência,
companheirismo, e tudo que é necessário para a boa convivência de um casal.
Fazendo uma breve pesquisa constatei que como tudo que já me aconteceu até
agora, isso também seria provável.
Aluguei um
apartamento e passei a viver sozinha, porém com muitas necessidades de ajuda e
acompanhamentos para tratamento.
Em abril tive
nova crise, desta vez motivada pela solidão. Passei uma semana trancada, sem me
alimentar, tomando os remédios fora de horário ou simplesmente não tomando. Com
o sono totalmente irregular, alimentando pensamentos negativos e planejando a
minha morte, para que desta vez desse certo depois de três tentativas
frustradas.
Não tenho a
lembrança muito nítida destes dias, mas me lembro perfeitamente da “hora H”, eu
totalmente drogada pela quantidade de remédios que tomei e uma voz me dizendo: pula,
pula, pula!
Eu não queria
pular da janela; minha intenção era deitar no sofá, com um saco plástico
enfiado na cabeça, para morrer dormindo por asfixia. Mas com a voz me atentando
sem parar, fui me dirigindo à porta da sacada. Neste momento me lembro de
sentir uma dor lancinante no rosto e total escuridão.
Acordei no
Pronto Socorro. Eu havia caído e quebrado o nariz, aspirado sangue e vômito o
que resultou em pneumonia. Depois de 11 dias neste hospital fui transferida
para a mesma Clínica Psiquiátrica de sempre, onde permaneci internada por 18
dias. Muito sofrimento físico e emocional até ter condições de voltar para casa
novamente.
Troquei de
psiquiatra e medicamentos. Estou obedecendo a agenda que me propus com
atividades prazerosas e necessárias. Voltei meu pensamento à fé há tanto
esquecida e hoje me encontro bem.
sábado, 12 de abril de 2014
Depressão é um luto por si mesmo em vida.
Por Marla de Queiroz ( www.facebook.com/Marla.de.Queiroz)
Depressão não é tristeza, melancolia, desânimo, mal-estar. É tudo isso junto e uma profunda dor causada pela falta de perspectiva de que algo de bom vai acontecer e melhorar nossas vidas. Depressão é mais comum do que se imagina e tem tratamento. Não adianta dizer a um deprimido para reagir, sair da cama, sair das drogas, fazer algo para se sentir feliz. Estas pessoas precisam de ajuda profissional e, se possível, espiritual para controlar este processo de faltas: de hormônios que provocam prazer e tornam a vida produtiva e sociável, de uma sensação de amparo e proteção espiritual.
Eu tenho depressão desde criança. Ela é controlada porque busquei ajuda em todos os campos disponíveis e hoje convivo com ela de maneira amistosa: tenho uma vida produtiva, feliz, incomum, mas normal. Eu tenho ajuda espiritual, profissional e tenho a arte. Eu tenho amigos que me percebem porque me amam. Eu perdi amigos para a depressão. Eu perdi uma irmã também. Tenho perdido leitores. O índice de suicídio me assusta, mas me é altamente compreensível, pois, às vezes, nem a família sabe identificar ou lidar com esta doença. A gente não fica deprimido porque terminou um namoro: a gente fica triste. A gente não fica deprimido porque perdeu um emprego: a gente fica preocupado ou desorientado. A gente fica deprimido por uma profunda sensação de inadequação ao mundo, uma sensação de que não participamos ou pertencemos a nada. Certos fatores são apenas desencadeadores de uma dor muito mais grave: a existencial.
Vejo pessoas que estão tristes dizerem-se deprimidas e vice-versa. É preciso identificar e dar o nome certo a cada coisa. O fato de confundirmos estes sentimentos causa certa banalização da depressão. Vejo pessoas precisarem de ajuda urgente e darem cabo à própria vida porque ninguém as olhou atentamente a tempo de lhes oferecer uma ajuda adequada. Depressão é um luto por si mesmo em vida.
Enfim, este texto é apenas um pedido para que estejam atentos aos amigos, familiares, ao Outro com mais amorosidade e interesse profundo. Às vezes, identificada a doença, um deprimido não vai segurar na sua mão e caminhar até um profissional com você, talvez seja preciso que por um momento você o carregue no colo até que ele possa caminhar sozinho novamente. A questão é: quanto lhe custa a vida de alguém que você tem apreço?
terça-feira, 1 de abril de 2014
RETROSPECTIVA 2013 – O ano em que eu não morri duas vezes.
JANEIRO- Férias com a família, em casa, conversando,
ouvindo música, simplesmente feliz, sem nenhum sintoma. Parei de tomar a
medicação, pois vivia feliz, me sentia curada definitivamente: BURRICE!! De uma
hora para outra CRISE, quebrei objetos, chamaram ambulância, gritei, chamaram
polícia, não veio, acho que desmaiaria de vergonha, fui levada ao hospital,
fugi de lá, andei quilômetros pela noite afora de camiseta, shorts e chinelo,
sem documentos, sem dinheiro, sem telefone, sem ter para onde ir.
Encontraram-me, me levaram para casa, fiz uma mala e fui para a Ilha do Mel,
onde passei três dias sozinha, só falando com meu psicólogo por mensagens de
celular. Voltei e fui dormir na sala.
ABRIL – Recebi uma carta do governo dizendo que estava
abaixando mais ainda o meu salário. No dia 09/04/2013, escrevi disparates pela rede social
para todos que me ofenderam, quebrei meu violão, raspei os meus cabelos e tentei
suicídio cortando os pulsos sem sucesso. Fiquei internada três dias em pronto
socorro e 18 em Hospital Psiquiátrico.
Até novembro levei aquela vida inútil
dos outros anos, totalmente anti-social, totalmente indiferente a qualquer
coisa, robotizada pelos remédios, apavorada com o telefone ou a campainha,
apenas contando com o meu computador como amigo em 90% do tempo em que ficava
acordada. Apática em relação à limpeza da casa e à higiene pessoal. Uns dias
melhores, outros piores. O meu único prazer era o trabalho com a página do
facebook; difundir esta porcaria toda que até agora nem eu acredito que existe,
para os meus colegas. Dei entrevista para um jornal escrito e logo veio o
convite para a televisão. Qual minha surpresa quando me pediram encarecidamente
para eu não dar a entrevista para não expor mais ainda a família. Ou seja, eu
carregava a bandeira e a doença sozinha. Eu estava ATRAPALHANDO o bom andamento
da casa, com meu comportamento diferente do resto do mundo. Só descobri que não
tinha o apoio incondicional e a compreensão acadêmico-científica após quase
quatro anos da doença e estudos repartidos em relação à mesma.
Fiz de conta que concordei, esperei
todos saírem na manhã seguinte, quebrei vários objetos, tomei banho de
coca-cola, fechei todas as frestas que pudessem receber ar, liguei todas as
bocas e o forno do fogão e fiquei ali respirando o gás. Para minha surpresa, ao
invés de acordar no inferno, acordei dentro de uma ambulância com os
paramédicos dizendo, enquanto me furavam o dedo: ela faz estas coisas para
chamar a atenção do marido. Depois me deixaram em uma sala do Hospital 24 horas
da Prefeitura, sentada em uma cadeira, com o pijama todo manchado de coca-cola,
em meio a pacientes que tomavam soro, faziam inalação e esperavam alguma coisa.
Com certeza não era ala psiquiátrica. Fiquei encolhida na cadeira embrulhada em
um cobertor que achei por ali por muitas horas e ninguém veio falar comigo, me
examinar ou fazer qualquer procedimento. Soube depois que só estava esperando
uma ambulância para me transferir para um hospital psiquiátrico. Meu marido
teimava em me levar ele mesmo, e eu cada vez mais irritada, cidadã sabedora dos
meus direitos e querendo exigi-los a qualquer preço, só sairia dali com o carro
que o povo pagou para eu usar. Ele então, já no desespero de tanto esperar,
chamou sua irmã para tentar me convencer. CRISE!!! Gritei, corri para o
banheiro, sentei no chão em um cantinho e aí sim, todos perceberam a minha
presença, surgiram enfermeiras de todos os tipos para assistir a cena, chamaram
um guarda municipal para me conter, e o coitado, me vendo naqueles trajes, fora
da ala psiquiátrica deve ter pensado qualquer coisa, menos que eu era uma
paciente em crise, pois me levantou de uma só vez, me deu uma chave de braço (só
eu e os bandidos que aparecem no programa do Datena sabemos o quanto isso dói)
e foi me arrastando na frente de inúmeras pessoas, e eu gritando de dor e de indignação
total e absoluta: EU NÃO SOU BANDIDA, EU SOU PROFESSORA! O guardinha, surdo ao
meu apelo, me enfiou dentro de um quarto e me empurrou brutalmente para uma
cama, hora em que eu bati meu joelho que ficou roxo por dias, bem como meu
pulso ficou com a marca do seu dedo. Estarrecida eu fui amarrada na cama de
ferro pelos pés e pernas, método há muito tempo abolido pela medicina.
Aplicaram-me uma injeção de placebo provavelmente, pois não fez efeito nenhum,
ainda estou esperando as cópias dos prontuários para saber o que foi.
E ali fiquei chorando como uma
criança, chamando minha mãe. Três horas me debatendo, tentando escapar das
amarras, e a ambulância chegou. Foram trinta dias de internamento desta vez.
Saí às vésperas do Natal. Separei-me após 26 anos de casamento e agora espero
poder reescrever minha vida com tudo que aprendi neste ingrato ano de 2013.
segunda-feira, 17 de março de 2014
REALIDADE ATUAL
Hoje tomo 7 comprimidos diariamente e mesmo assim de vez em quando ainda tenho pensamentos suicidas.
Não tenho mais pesadelos pois durmo como uma rocha.
Não tenho disposição para quase nada.
Parece que estou em câmera lenta ao andar, falar, reagir por isso tenho medo de sair sozinha, tomo muito cuidado ao atravessar ruas, presto muita atenção ao fazer compras, transações bancárias ou qualquer atividade.
Esqueço facilmente de coisas simples, como por exemplo do meu endereço para fornecer ao taxista.
Tenho dificuldade em me organizar com horários e tarefas, por isso tenho a mesma agenda que sempre tive quando estava na ativa, só que não consigo cumprir os deveres na íntegra.
Agora estou divorciada, meu casamento de 26 anos foi destruído pela Síndrome de Burnout.
Faço terapia com um psicólogo uma vez por semana.
Faço trabalho voluntário com pacientes mentais uma vez por semana.
Não tenho nenhuma atividade de lazer. Quase nunca saio para passear. Só converso pelo telefone com minha mãe. Raramente recebo visitas.
Não tenho mais lembranças desagradáveis com alunos e escola. Sei que isto é passado.
Não tenho perspectivas para o futuro.
Meu dia a dia passo em frente ao computador, ou cuidando da minha fanpage, ou jogando ou lendo.
Não toco mais violão nem flauta.
Não leio mais meus livros.
Não faço mais trabalhos manuais.
Não me preocupo mais com minha saúde: fumo, tomo refrigerante, como chocolate, não faço nenhuma refeição decente.
Tenho ciência de que a mudança deve partir de mim.
Tenho ciência de que ninguém é culpado além do sistema.
Tenho ciência de que muitas outras pessoas passam pelo mesmo problema e conseguem se levantar.
Mas simplesmente não tenho vontade. Não presto mais como ser humano. Acho que ainda presto para escrever, por isso faço o "alarde" da Síndrome na internet.
Não tenho mais pesadelos pois durmo como uma rocha.
Não tenho disposição para quase nada.
Parece que estou em câmera lenta ao andar, falar, reagir por isso tenho medo de sair sozinha, tomo muito cuidado ao atravessar ruas, presto muita atenção ao fazer compras, transações bancárias ou qualquer atividade.
Esqueço facilmente de coisas simples, como por exemplo do meu endereço para fornecer ao taxista.
Tenho dificuldade em me organizar com horários e tarefas, por isso tenho a mesma agenda que sempre tive quando estava na ativa, só que não consigo cumprir os deveres na íntegra.
Agora estou divorciada, meu casamento de 26 anos foi destruído pela Síndrome de Burnout.
Faço terapia com um psicólogo uma vez por semana.
Faço trabalho voluntário com pacientes mentais uma vez por semana.
Não tenho nenhuma atividade de lazer. Quase nunca saio para passear. Só converso pelo telefone com minha mãe. Raramente recebo visitas.
Não tenho mais lembranças desagradáveis com alunos e escola. Sei que isto é passado.
Não tenho perspectivas para o futuro.
Meu dia a dia passo em frente ao computador, ou cuidando da minha fanpage, ou jogando ou lendo.
Não toco mais violão nem flauta.
Não leio mais meus livros.
Não faço mais trabalhos manuais.
Não me preocupo mais com minha saúde: fumo, tomo refrigerante, como chocolate, não faço nenhuma refeição decente.
Tenho ciência de que a mudança deve partir de mim.
Tenho ciência de que ninguém é culpado além do sistema.
Tenho ciência de que muitas outras pessoas passam pelo mesmo problema e conseguem se levantar.
Mas simplesmente não tenho vontade. Não presto mais como ser humano. Acho que ainda presto para escrever, por isso faço o "alarde" da Síndrome na internet.
domingo, 12 de janeiro de 2014
DESMISTIFICANDO INTERNAMENTO PSIQUIÁTRICO
Internamento em Hospital Psiquiátrico para a
sociedade em geral pode parecer o fim do mundo, o fim da linha, o fim da
dignidade.
Vou contar a verdade, mas vou falar só pelo
Porto Seguro, pois já estive em outro lugar que era exatamente o oposto daqui.
Aqui contamos com profissionais altamente
qualificados e estagiários excelentes, instalações perfeitas, remédios no
horário certo, atividades super divertidas enquanto necessárias. Psiquiatra e
psicólogo para um pequeno grupo. Muitas responsabilidades, disciplina, nada
parecido com os hospitais, asilos, antros, manicômios que povoam as mentes
humanas graças ao cinema.
Gostaria de destacar as atividades de
musicoterapia com a Cintia e o descontraSom com o prof Cristiano. São os
momentos que particularmente mais resolvem os meus problemas. São duas pessoas
extremamente bonitas, serenas, transmitem muita vitalidade, paz; e são super
pacientes e atenciosos. Competentes, profissionais humanos, lindos!!!
Que bom se as pessoas pudessem ver essa
realidade por um dia pelo menos; para desmistificar um pouco esta questão!
Experimentei e recomendo!!!
Por Íria
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
EU ME QUERO DE VOLTA!
Um colega/amigo me disse que meus depoimentos são alarmantes.
A palavra foi muito bem colocada, pois o que pretendo é que
os colegas fiquem com o alarme ligado. E não é o alarme contra incêndio, ao contrário.
Sabe aquele fogo que queima dentro de você, aquela paixão avassaladora pela
educação? Se a chama que resta se apagar “burn out”, não acende NUNCA mais. E não é
só para o trabalho que não acende. Não acende para mais nada. NADA MESMO! Dificilmente
você vai sorrir novamente, não vai mais a festas, reuniões familiares, você vai
ser um anti-social.
O massacre que está ocorrendo com a nossa classe não começou
e não termina com os episódios do Rio de Janeiro, ele é diário. Dentro de cada
sala de aula lotada. Dentro de cada escola abandonada pelo sistema. Em cada
palavrão, em cada gesto obsceno, em cada soco e empurrão. Nas provas para corrigir
onde “casa” se escreve com z tanto quanto a “gasolina” do ENEM. Está no livro
de chamada, onde não pode haver rasuras; um livro a ser preenchido com centenas
de informações e que não é digital, no ano de 2013. O massacre psicológico das
“caras feias” dos superiores, dos desmandes, do ECA, que pelo menos tem o nome
que merece. O massacre da poluição sonora e visual.
O massacre começa na novela, passa pela música e destrói
mesmo é na mídia comprada, nos conchavos sabe Deus de quem com quem e para o quê.
Resta-nos a indignação e o desesperador número de professores
adoecidos. Entre eles eu, que não consigo pensar em outra coisa: EU ME QUERO DE
VOLTA!!
sexta-feira, 18 de outubro de 2013
Pesquisa sobre sofrimento mental docente
Pesquisa sobre sofrimento mental docente
começa nas próximas semanas
A Secretaria de Saúde e Previdência da APP-Sindicato,juntamente com o Núcleo de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Paraná (NESC/UFPR), iniciará nas próximas semanas a coleta de dados para a pesquisa científica sobre o sofrimento mental docente.
Queremos provar cientificamente o nexo causal entre trabalho e adoecimento para propor medidas ao governo de promoção e prevenção à saúde de nossas(as) professoras(es), como também cobrar direitos que hoje são negados, como aposentadoria por invalidez no trabalho.
Convocamos todos os docentes da rede estadual de
ensino para responder a pesquisa a fim de traçarmos um
diagnóstico preciso do adoecimento nas escolas. Em breve,
todas as orientações estarão disponíveis em nosso site.
A Secretaria de Saúde da APP-Sindicato lançará ainda este mês uma Campanha de Saúde dos Educadores. Serão vários depoimentos em vídeo contando a trajetória da vida profissional no magistério, uma carreira que muitas vezes é interrompida pelo adoecimento destas(es) profissionais.
começa nas próximas semanas
A Secretaria de Saúde e Previdência da APP-Sindicato,juntamente com o Núcleo de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Paraná (NESC/UFPR), iniciará nas próximas semanas a coleta de dados para a pesquisa científica sobre o sofrimento mental docente.
Queremos provar cientificamente o nexo causal entre trabalho e adoecimento para propor medidas ao governo de promoção e prevenção à saúde de nossas(as) professoras(es), como também cobrar direitos que hoje são negados, como aposentadoria por invalidez no trabalho.
Convocamos todos os docentes da rede estadual de
ensino para responder a pesquisa a fim de traçarmos um
diagnóstico preciso do adoecimento nas escolas. Em breve,
todas as orientações estarão disponíveis em nosso site.
A Secretaria de Saúde da APP-Sindicato lançará ainda este mês uma Campanha de Saúde dos Educadores. Serão vários depoimentos em vídeo contando a trajetória da vida profissional no magistério, uma carreira que muitas vezes é interrompida pelo adoecimento destas(es) profissionais.
Adoecimento dos educadores atinge números alarmantes
Adoecimento dos educadores atinge números alarmantes
A Secretaria de Saúde e Previdência da APP-Sindicato obteve números de adoecimento do Quadro Próprio do Magistério (QPM), comprovando a veracidade dos levantamentos feitos pelo próprio sindicato, em diversas ocasiões.O Relatório Estatístico de Doenças no período de 2012, elaborado pela Secretaria de Administração e Previdência (Seap), concluiu que a principal causa de patologia no magistério são os transtornos mentais e comportamentais, com 9.550 casos comprovados.
Dentre os principais problemas mentais e comportamentais relacionados ao trabalho, destacam-se o estresse ocupacional, a depressão, o transtorno do estresse pós traumático e a síndrome de desistência do educador (síndrome de burnout).
Em segundo lugar no ranking das doenças do magistério estão as do sistema osteomuscular e tecido conjuntivo, com 5.043 casos comprovados, especialmente os distúrbios osteomusculares
relacionados ao trabalho (DORT) e lesões por esforço repetitivo (LER).
Há aproximadamente 76 mil docentes (efetivos e temporários) nos quadros do Estado, sendo que destes 9.550 tiveram em 2012 problemas mentais e comportamentais, o que muitas vezes gera afastamento de função. A conclusão é alarmante: mais de 12% dos docentes apresentaram algum tipo de sofrimento mental no ano passado. No primeiro semestre de 2013, já se constataram mais de 4 mil casos de transtornos mentais e comportamentais, como também mais de 2.300 casos de doenças do sistema osteomuscular e
tecido conjuntivo.
Este quadro só comprova a necessidade de políticas públicas efetivas para a prevenção da saúde dos servidores da educação, seja pela ação preventiva, por uma política consistente de saúde do trabalhador, seja ainda por um sistema de atenção à saúde eficiente, que dê conta com rapidez dos
eventuais casos de adoecimento.
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Meu Psicólogo Gilson D. Damasceno CRP 08/4053
Praça Zacarias, 58 - 2º Andar - Conj. 204 - Fone: (41) 3232-1645 - CEP:
80020-927 -
Curitiba / Paraná.
EU,
QUERO,
POSSO,
CONSIGO...
INSTRUÇÕES:
1. DEPOIS DE IMPRIMIR
COLAR na parede ou porta de guarda roupa EM LOCAL QUE POSSA VER SEMPRE.
2. SEMPRE QUE OLHAR
LEIA E QUANDO TERMINAR PENSE EM ALGUMA COISA.
3. EXEMPLO:
a) EU, QUERO, POSSO, CONSIGO... falar o que sinto
b) Saiu voltou olhou, leia EU, QUERO, POSSO, CONSIGO...ter mais atitude em
benefício da vida
E ASSIM POR DIANTE
SEMPRE QUE LER PENSE EM ALGO DIFERENTE, MAS, NÃO QUER DIZER QUE NÃO POSSA
PENSAR NA MESMA COISA 2 ou 3 VEZES.
4. Imprimir e
RELACIONAR como você é:
a) Pontos fortes e pontos para melhor serem desenvolvidos
Pontos +
|
Pontos para melhor serem desenvolvidos
|
-
|
|
-
|
|
Não parar aqui; vai em frente
|
Não parar aqui; vai em frente
|
5. Responder os pontos a serem melhorados nas seguintes perguntas:
1. Como?
2. Porque?
3. Quando?
4. Conseqüências?
5. Pessoas envolvidas?
6. Como resolver?
Psic. Gilson D. Damasceno
CRP 08/4053
Diretor da Policlínica Curitiba
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Vincent Van Gogh
Esta aula eu preparei em 2008 e foi um sucesso.
A música é uma homenagem à Van Gogh, por Don Mac Lean falando da insanidade
Letra traduzida:
Vincent –
Don Mac Lean
Noite
estrelada
Pinte
suas cores de azul e cinza
Olhe os
dias de verão
Com olhos
que conhecem a escuridão da minha alma
Sombras
nas colinas
Desenhe
as árvores e os narcisos
Sinta a
brisa e os arrepios de inverno
Em cores
na terra de neve
Agora eu
entendo
O que
você tentou me dizer
E como
você sofreu por sua sanidade
E como
você tentou os libertar
Eles não
queriam ouvir, eles não sabiam como
Talvez
eles te ouçam agora
Noite
estrelada
Flores em
fogo com chamas brilhantes
Nuvens
que giram em uma roxa neblina
Refletem
nos olhos azuis de Vincent
Cores
mudando de tom
Campos
matutinos de grãos âmbar
Rostos
cansados com dor
São
acalmados pelas mãos afetuosas do artista
Agora eu
entendo
O que
você tentou me dizer
E como
você sofreu por sua sanidade
E como
você tentou os libertar
Eles não
queriam ouvir, eles não sabiam como
Talvez
eles te ouçam agora
Porque
eles não podiam te amar
Mas mesmo
assim seu amor era verdadeiro
E quando
não havia mais esperança
Naquela
noite estrelada
Você
tirou sua própria vida, como amantes geralmente fazem
Mas eu
poderia ter te falado,
Vincent,
Esse
mundo nunca foi desenvolvido para pessoas tão bonitas quanto você
Noite
estrelada
Retratos
pendurados em paredes vazias
Cabeças
sem porta-retratos em paredes sem nomes
Com olhos
que observam o mundo e não esquecem
Como os
estranhos que você conheceu
Os homens
acabados, com roupas rasgadas
O espinho
prateado
de rosas
sangrentas
Está
esmagado e quebrado, na neve virgem
Agora eu
acho que sei
O que
você tentou me dizer
E como
você sofreu por sua sanidade
E como
você tentou os libertar
Eles não
queriam ouvir
Ainda não
estão ouvindo
Talvez
nunca ouvirão
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
http://vimeo.com/67103217 Link da opening scene
Não sou crítica de cinema, mas vou tomar a liberdade de dar as minhas impressões sobre o filme “BURNOUT” que assisti segunda no Espaço da Arte em Curitiba.
Não sou crítica de cinema, mas vou tomar a liberdade de dar as minhas impressões sobre o filme “BURNOUT” que assisti segunda no Espaço da Arte em Curitiba.
É um curta metragem que mostra
de forma artística esta síndrome. Foi feito pelo Diretor de Cinema Lincoln
Barela como TCC do seu curso no Centro Europeu.
Demonstra a problemática de
forma sutil, muito inteligente, por isso mesmo acho que pouca gente que
assistiu teve realmente a sensação do terror que a gente passa. Eu que estou
acostumada com filme americano enlatado posso muito bem estar enganada. Ou por
ser acometida da síndrome, esperava ver meu sofrimento todo exposto na tela.
Abordou uma perspectiva de
violência contra os outros que me assustou um pouco, mas acho que a questão da
violência já está dentro de cada um independentemente de qualquer doença que
contraia e eu sou 100% da paz.
Parabéns ao Escritor, Diretor
Lincoln Barela. E obrigada por fazer as pessoas verem que existem problemas que
ninguém imagina.
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
CARTA
Para os meus colegas do Colégio
Carta que escrevi, mas nunca enviei. Fazia um mês que estava
doente.
Nem
um dia, nem mesmo um só dia dos 30 que estou em casa, tirando os fins de semana
quando minha família está comigo, eu descansei ou aproveitei. Tive dor de
cabeça, taquicardia, tremores, ansiedade e medo, em permanente estado de
tensão. Chorei todos os dias. Não pensem que estou curtindo ou aproveitando a
licença. Eu não acreditava que doenças psicológicas, que Burnout ou depressão
um dia viessem a fazer parte da minha vida. Muitos de vocês perceberam antes de
mim e me alertaram. Torço para que nenhum de vocês sinta nem 10% do que estou
sentindo agora. Estou me consumindo em angústia, todos os dias um após o outro.
Estou tomando três comprimidos por dia, sem ter tomado nunca nada em minha vida
e não está adiantando.
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
terça-feira, 3 de setembro de 2013
Pesquisa sobre saúde mental dos educadores do Paraná
O estudo será feito em Curitiba e Região Metropolitana, com 18.500 professores e professoras
A Secretaria de Saúde e Previdência da APP-Sindicato realizou, no início de julho, o II Seminário Estadual de Saúde Mental dos Trabalhadores em Educação. Atividade deu continuidade ao Projeto da Pesquisa Científica de Saúde Mental dos Educadores do Paraná, realizado em parceria com o Núcleo de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Paraná (Nesc-UFPR). O objetivo é mapear as doenças mentais e comportamentais que acometem os professores da rede estadual, comprovando o nexo causal entre o adoecimento e condição de trabalho. O professor da UFPR e coordenador do projeto, Guilherme Souza Cavalcanti de Albuquerque, apresentou a metodologia e a dinâmica da pesquisa, que contemplará escolas estaduais de Curitiba e Região Metropolitana.
O estudo será feito apenas em Curitiba e Região Metropolitana, por comportar realidades que são síntese do que acontece em todo o Estado. Ela será feita por amostragem, num total de 29 municípios, 403 escolas e 18.500 professores. Serão entrevistados aproximadamente seis mil professores (entre estatutários e temporários), no próprio ambiente de trabalho, por uma equipe multidisciplinar e ao longo de três anos. O projeto tem a participação dos núcleos sindicais Curitiba Norte, Curitiba Sul, Metropolitano Norte e Metropolitano Sul. Segundo o secretário de Saúde e Previdência da APP, professor Idemar Vanderlei Beki, hoje, o nexo causal não é reconhecido pela perícia médica do Estado.
“Sendo assim, é imprescindível a comprovação científica da relação entre doença e trabalho, que tem por objetivo, ser um instrumento de reivindicação de uma política de prevenção e promoção da saúde dos professores, que resultará em melhoria das condições de trabalho. A aplicação da pesquisa terá início no mês de agosto. As escolas já foram definidas, e a escolha dos professores, será aleatória no desenvolvimento do projeto”, explicou.
Matéria publicada na edição 183 Jornal 30 de Agosto
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
Quadro Clínico
Quadro Clínico da Síndrome de Burnout
|
1. Esgotamento emocional, com diminuição e perda de recursos emocionais 2. Despersonalização ou desumanização, que consiste no desenvolvimento de atitudes negativas, de insensibilidade ou de cinismo para com outras pessoas no trabalho ou no serviço prestado. 3. Sintomas físicos de estresse, tais como cansaço e mal estar geral. 4. Manifestações emocionais do tipo: falta de realização pessoal, tendências a avaliar o próprio trabalho de forma negativa, vivências de insuficiência profissional, sentimentos de vazio, esgotamento, fracasso, impotência, baixa autoestima. 5. É freqüente irritabilidade, inquietude, dificuldade para a concentração, baixa tolerância à frustração, comportamento paranóides e/ou agressivos para com os clientes, companheiros e para com a própria família. 6. Manifestações físicas: Como qualquer tipo de estresse, a Síndrome de Burnout pode resultar em Transtornos Psicossomáticos. Estes, normalmente se referem à fadiga crônica, freqüentes dores de cabeça, problemas com o sono, úlceras digestivas, hipertensão arterial, taquiarritmias, e outras desordens gastrintestinais, perda de peso, dores musculares e de coluna, alergias, etc. 7. Manifestações comportamentais: probabilidade de condutas aditivas e evitativas, consumo aumentado de café, álcool, fármacos e drogas ilegais, absenteísmo, baixo rendimento pessoal, distanciamento afetivo dos clientes e companheiros como forma de proteção do ego, aborrecimento constante, atitude cínica, impaciência e irritabilidade, sentimento de onipotência, desorientação, incapacidade de concentração, sentimentos depressivos, freqüentes conflitos interpessoais no ambiente de trabalho e dentro da própria família. |
*Trigo TR, Teng CT, Hallak JEC, Síndrome de
burnout ou estafa profissional e os transtornos psiquiátricos, Rev. Psiq
Clinica, vol.34, no.5, 2007.
Assinar:
Postagens (Atom)