quinta-feira, 29 de agosto de 2013

BULLYING

O Bullying entre os alunos foi um dos problemas que causaram em mim  a Síndrome de Burnout, por isso editei este clipe para professores, coordenadores e pais mostrarem aos estudantes.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

SOFRIMENTO MORAL



O Sofrimento Moral é considerado ainda o maior responsável pelo desfecho suicida das depressões severas. Aparece como uma prova doentia da incompetência do ser, de seu fracasso diante da vida e de sua falência existencial. 

A Inibição Global é secundária à Depressão, é um sintoma decorrente da Depressão e não uma doença que corrompe o juízo crítico, tornando os pacientes completamente desorientados em relação às condições de sua vida ou de sua família. Claro que ele sabe de tudo de bom que sua vida oferece, apenas não consegue sentir isso.
No deprimido com Estreitamento Vivencial acaba só existindo a preocupação consigo próprio e com sua dor. Nada mais lhe dá prazer, nada mais pode motivá-lo. Neste caso, o leque do campo vivencial fica tão estreito que só cabe nele o próprio paciente com sua depressão, o restante de tudo que a vida pode oferecer não interessa mais, a própria vida parece não interessar mais.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

AMOR AOS ALUNOS

Música: Alguém
Compositor e intérprete: Sergio Machado
Este vídeo eu fiz como terapia, ilustrando a música do meu amigo.

Hoje recebi uma mensagem de um ex-aluno:

"Não sei se lembra de mim, mas foi a senhora que me ensinou música no Santa Cândida, sou da época do menino que tocava clarinete, e participávamos do "FERA". Eu escutei uma musica antiga, rsrs, e lembrei que aprendi naquelas aulas de sexta-feira, que legal!
Que saudade desses tempos , professora tudo de bom pra senhora, sou grato demais por ter aprendido música contigo, pois até hoje tenho boas lembranças
Até mais!"
Esta não é a música a que ele se referiu, mas mostra o meu sentimento de AMOR por meus alunos, antes do Burnout.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

SE HOUVESSE UMA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR NA ESCOLA

Estou aposentada por invalidez. Fui professora durante 28 anos até ser acometida pela Síndrome de Burnout. Desde 2010 só tenho pesadelos com a escola, mas isso não me impede de sonhar acordada com uma realidade bem diferente da que vivi:

SE HOUVESSE UMA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR NA ESCOLA, eu escolheria estes profissionais:

O Físico, professor, pesquisador e escritor renomado Dr. Newton de Carvalho Braga diria que: Limites - No Brasil, a NR-15 fixa os limites de tolerância à exposição aos ruídos contínuos ou intermitentes. Para uma jornada de trabalho considera-se o efeito cumulativo da exposição aos ruídos. A exposição é calculada levando-se em conta o tempo de exposição e a intensidade. Nível de Ruído -> Exposição Diária Máxima Permissível 85 dB -> 8 horas. Se isso não for considerado, podem-se causar danos ao organismo, como lesões e degenerações no aparelho auditivo, vertigem, fadiga, irritação, nervosismo, taquicardia e aumento da pressão arterial.

O Engenheiro Civil Amantino Cerci Jr., Mestre na sua atividade, diria que: Os projetos estruturais devem ser mais bem planejados e gerenciados, para que as manifestações patológicas a eles atribuídas possam ser amenizadas ou eliminadas.

O Arquiteto Francis Júnior diria que está preocupado com o ser humano que ocupará esta construção. Com o indivíduo, com as relações entre o homem e o espaço construído. meu ip

Os Sociólogos Darlan Carlos Dias e Rita de Cássia Marchi diriam que na “sala de aula”, para ser aceito no grupo o jovem serve aos interesses deste, reforçando o que é comum aos membros. Os jovens, de forma particular, “tecem” a própria rede simbólica na construção de uma cultura entre pares (cultura juvenil) no meio escolar. Em uma pesquisa verificaram que a prática de “brincadeiras”, “bagunça” e de “falar muito” na sala de aula, segundo os jovens, os distingue dos demais. Outros disseram não gostar de estudar. Poucos não conversam e tiram boas notas. Esta é a realidade.
O Antropólogo Celso dos S. Vasconcellos diria que: O "único" problema do professor é que ele é um sujeito concreto - não é anjo, um ser abstrato -, que trabalha com alunos também concretos, numa realidade concreta; se não fosse isto, tirando a concretude do real, seria superfácil ser professor, mas aí também não haveria necessidade de sua existência... Temos uma clareza: ser "dador" de aula, "tomador" de conta de aluno é fácil, mas ser professor, no seu sentido radical, não é fácil não. Por isto o professor precisaria ser muito bem formado e muito valorizado.

O Médico Dr. Drauzio Varella diria que: Evolutivamente, o homem não foi preparado para suportar o grau de tensão contínua e constante a que está exposto todos os dias. Ao deparar-se com a fera ameaçadora, o homem primitivo matava-a ou fugia. De volta à caverna, relaxava e recompunha o equilíbrio orgânico e emocional indispensável para sua sobrevivência. Hoje, o direito a essa pausa revigorante desapareceu da vida das pessoas. Mergulhadas nos compromissos e problemas, elas nem se dão conta de quanto o corpo reclama dessa agressão permanente. Recomendar mudanças no estilo de vida pode parecer utopia. No entanto, se esse processo não for interrompido, os males causados à saúde e à qualidade de vida podem tornar-se irreversíveis.

O Psicólogo Hamilton Viana Chaves diria que a Psicologia Escolar contribui para alcançar os objetivos educacionais e para a recuperação da capacidade de transformação contínua da Instituição Educacional. Para tanto, questiona a eterna repetição dos discursos e das práticas que tomam como naturais ou individuais as queixas escolares, como a repetência, a evasão e os “maus comportamentos”. A Psicologia concebe a queixa escolar como fabricada no interior de um sistema complexo de relações – em que estão situados professores, equipe técnica e administrativa, alunos, família e a comunidade – estruturado de certo modo e em dado momento da história da Instituição e dos seus protagonistas.

O Advogado Dr.Vitor Mattoso diria que elaborar um Código Disciplinar é fundamental para manter a ordem e o progresso dentro da Unidade Educacional. Para que o Código Disciplinar seja devidamente redigido, é necessário fazer uma análise completa das situações que já ocorreram e, principalmente, daquelas que podem ocorrer, sem esquecer-se de mencionar qual será o procedimento a adotado para os casos não especificamente previstos no documento.

A Fonoaudióloga Jaqueline Oliani Ijuim nos diria o que fazer para poupar a laringe de esforços desnecessários que muitas vezes são feitos e trazem prejuízo à voz e desconforto ao falante. A higiene vocal deve ser seguida por adultos e crianças, mas principalmente por profissionais que usam a voz como meio de trabalho. A disfonia do professor vem sendo considerada como doença profissional e social na maioria dos países. Dentre os profissionais da voz, o professor tem apresentado maior incidência de problemas vocais. As causas mais comuns são: utilização da voz por horas seguidas, tensão muscular, padrão respiratório alterado, falar em ambientes ruidosos, competindo com o som. Nas pesquisas realizadas no Brasil e no mundo as queixas mais citadas pelos professores foram: cansaço vocal, rouquidão, ardência e pigarro.













quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Minha dedicação era exagerada à atividade profissional e isso é uma característica marcante de Burnout. O desejo de ser a melhor e sempre demonstrar alto grau de desempenho foi outro dos meus problemas. Media a minha auto-estima pela capacidade de dar aulas muito diferentes do usual, de utilizar métodos modernos, com recursos audiovisuais, de tentar desenvolver o senso estético nos meus alunos e sentia muito prazer com meu sucesso profissional.  

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

BURNOUT - ANTES, DURANTE E DEPOIS. Antes, você se sente mal todo dia, não tem mais força, nem vontade; não tem disposição. Tem pesadelos ou insônia. Às vezes ao invés de dormir você fica “dando aula” deitado na cama, com os olhos fechados, passo a passo e quando a “aula” termina você começa tudo de novo. Teu coração não tem mais ritmo, ora bate violentamente rápido, ora dispara e volta ao normal. Durante as horas do trabalho você usa tua agenda para marcar os minutos que passaram e fica calculando quanto tempo ainda falta para vencer o dia. Você não acredita que está ali, não sabe por que merece passar por tanta violência, ver tantos absurdos, ouvir tanto barulho. Você sabe que algo está errado, mas não se entrega, afinal de contas foi sempre excelente, eficiente, empenhado, assíduo. Dizia sim para tudo e para todos. Na verdade você era onipotente, o maioral. Durante, você quer morrer, ou melhor, você quer nunca ter existido. Sente-se inútil, com sono, com vergonha, com medo, com raiva, com tristeza. Seu corpo começa a responder com alergias, dores variadas. Só toma banho por decreto da família. Seus dentes quebram na raiz, pois você agora os range durante o sono. Você destrói relações afetivas. Você quebra objetos. Ou perde a fome ou come como um leão. Tenta suicídio, fica internado, faz amizade com gente como você e quer ficar com eles para sempre; os profissionais não permitem estes elos, trocando você de lugar, para não se acostumar a ser doente. Depois você fica com sequelas, principalmente depressão. O medo permanece e você chora quase todo dia. O sono depende de tranquilizantes; tem que tomar remédio antidepressivo para sempre, como os diabéticos tomam insulina. Mas, com a diferença de que ninguém tem preconceito contra eles, mas com você é certeza que terão. Tenta revitalizar teus afetos, alguns não te querem mais. A ineficiência permanece, porque agora você não trabalha mais e não sabe fazer outra coisa. Faz algumas tentativas de passatempos úteis, mas perde o interesse rapidamente. Algumas pessoas te julgam, outras te repelem, outras te superprotegem. E os dias? Ah... Estes passam lentamente.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Internamento

Gazeta da Porto Página 3 Curitiba, 02 de maio de 2013 Ano: 05 Edição: 64 DEPOIMENTO DA EDIÇÃO Tudo que eu sonhei na juventude eu conquistei: Um marido lindo, carinhoso, responsável, trabalhador, meu melhor amigo. Dois filhos, um menino e uma menina. Precisa maior perfeição? Saudáveis, inteligentes, bem resolvidos, hoje o menino engenheiro e a menina advogada e muito bem casada. Uma casa ótima, cachorros queridíssimos, carro, geladeira cheia. Sempre fui muito estudiosa. Fiz faculdade de educação física e de arte-especialização em música. Pós-graduação em psicopedagogia, além de uma série de cursos. O trabalho dos meus sonhos: professora como a minha bisavó, avó e mãe. Alunos maravilhosos e amáveis durante 28 anos. Muitos amigos, relacionamento fácil com qualquer tipo de pessoa, de qualquer idade. Aos poucos comecei a me sentir frustrada com o meu trabalho. Os alunos mudaram drasticamente seu comportamento. Uso de álcool, drogas, desinteresse pelos estudos, desrespeito. Número crescente de alunos em sala de aula. Cenas de sensualidade, uso de palavrões, porte de armas, violência gratuita, barulho, agressões verbais, gritos... Sentia-me em meio a uma guerra, tentando me livrar dos “tiros” que vinham dos alunos, dos colegas, da direção, da secretaria de educação. No dia 27 de maio de 2010, na nona aula do dia, após 20 minutos de tentativas de colocar a turma em ordem para dar minha aula maravilhosamente preparada sobre surrealismo, incluindo leitura, vídeos e discussões sobre a diferença de sonho que se sonha dormindo e o sonho que se sonha acordado, mostrando o discurso “I have a dream” de Martin Luther King, desisti. Juntei meus trapos e fui para casa. Chorei dias, meses, até começar o tratamento psiquiátrico e psicológico. Sempre tendo que enfrentar peritos despreparados para sofredores mentais, até a aposentadoria compulsória. Com 60% do salário. No dia 21/10/10 desisti de viver. Tomei todos os remédios que encontrei. Fui salva e veio a primeira internação integral. Depois tratamentos ambulatoriais, CAPS, Hospital Dia. Em 2012 acabei a amizade com meus irmãos e melhor amiga (comadre). Não tendo nenhuma condição de ser contrariada ou injustiçada. Só dor e solidão Muita dor e solidão. Em 2013, o propósito de voltar a ser feliz, estava conseguindo; até que um de meus cachorros morreu, parentes fizeram desfeita com minha filha e com a minha aparência. E por último o governo me mandando uma carta abaixando vertiginosamente meu salário. No dia 09/04/2013, escrevi disparates pela rede social para todos que me ofenderam, quebrei meu violão, raspei os meus cabelos e cortei os pulsos sem sucesso. Hoje estou internada na Porto Seguro Clínica, me sentindo muito segura, envolvida em um clima de solidariedade. Fazemos atividades maravilhosas como jogar vôlei; na primeira vez errava todos os saques, mas o professor com toda calma me ensinou a técnica e a minha auto estima elevou-se ao máximo quando começaram os aplausos dos meus colegas com o meu sucesso. Nunca havia tido a oportunidade de jogar sinuca e uno e da mesma forma fui incentivada a aprender e consegui avançar bastante, o que me fez me sentir importante. Nas aulas de música e musicoterapia fui super elogiada pela minha afinação, o que me fez lembrar que tenho um potencial que havia esquecido. Quando peguei pela primeira vez em uma agulha para costurar, na atividade de artesanato no atelier eu pensei “isso não vai dar certo”; mas o resultado foi uma linda florzinha que poderá enfeitar os cabelos de uma menina. As primeiras pinturas que fiz para expressar meus sentimentos; foram extremamente negativas; hoje só pinto flores. Fui reconhecida pela minha capacidade de comunicação e hoje faço a recepção das novas internas (na comissão de recepção e despedidas), mostrando as instalações e falando das regras, uma delas até comentou, que pensou que eu trabalhava aqui. Aqui sou medicada, cuidada e protegida, tenho muitos amigos entra os pacientes, os profissionais e os estagiários. Para o futuro? Esperança... Esperança... Esperança Por Iria

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Relato de uma crise de depressão com sintomas psicóticos.

Minha última crise foi em abril deste ano. Eu estava em um dia comum, que para mim significa estar ansiosa sem saber o motivo, sem apetite, sem vontade de fazer nada, com taquicardia, melancolia, sem interesses, inquieta, tentando me concentrar em alguma atividade, coisa que nunca dura mais de vinte minutos. O carteiro chegou e pouco me interessou o que ele colocara na caixa de correio. Mais tarde, quando meu marido chegou do trabalho, abriu uma carta endereçada a mim, vinda do governo e não pode esconder sua surpresa ao lê-la, o que me despertou a curiosidade. Tentei ler seu conteúdo e só consegui identificar as palavras “devendo para o governo”. Um mês depois fui saber que houvera um engano pela parte do governo em relação aos meus vencimentos de aposentada, diminuindo então meu salário e cobrando a diferença que eu já havia recebido. Silenciei e me tranquei dentro de mim mesma por alguns minutos. Logo depois comecei a gritar que agora não tinha mais jeito, que não iria mais lutar contra a doença, que não havia mais solução. Tinham tirado o meu último traço de valor, que era a minha independência financeira. A partir dali só pensava em desaparecer, sair correndo para lugar nenhum, melhor mesmo se nunca tivesse existido. Que depois de tudo que fizera em prol da educação do Paraná, tinha sido descartada por ter uma doença contraída no trabalho e pelo trabalho, como se não tivessem responsabilidade em relação a isso. Quebrei com violência o meu violão (símbolo do meu trabalho como professora de música e regente de coral), cortei uma tela com meu retrato pintada por minha avó quando eu tinha 5 anos, escrevi na parede com esmalte EU TE ODEIO, para mim mesma, tentei introduzir ar na veia com uma seringa em diversos pontos do braço e mão, tentei me enforcar, tentei cortar os pulsos. Raspei meus cabelos (símbolo da beleza que eu sempre achei que tinha). Entrei numa rede social e postei uma foto tirada por mim mesma naquela situação e me despedi das pessoas, dizendo que a próxima vez que me veriam seria num caixão, não antes de dizer verdades que hoje sei serem falsas, em um delírio que eu não sabia que passava. Tomei 10 comprimidos de um psicotrópico. Quando me percebi acordada, a realidade é que eu estava trancafiada atrás de uma grade, inspecionada por um enfermeiro valentão, dentro de um hospital psiquiátrico, sendo acusada de estar surtando, justamente quando estava totalmente vigilante. O enfermeiro tratou de me “apagar” com dois comprimidos e dormi. Íria
Psicoses são distúrbios psiquiátricos graves onde o paciente perde contato com a realidade, emite juízos falsos (delírios), podendo também apresentar alucinações, distúrbios de conduta levando à impossibilidade de convívio social, além de outras formas bizarras de comportamento. As Psicoses podem ter várias origens: por lesões cerebrais, tumores cerebrais, esquizofrenia, tóxicos, álcool, infecções, e traumas emocionais. http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=289

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

SINTOMAS

Físicos: fadiga constante e progressiva; dores musculares, distúrbios do sono (falta ou excesso de sono), enxaquecas, problemas gastrointestinais, transtornos cardiovasculares, hipertensão, disfunções sexuais e cansaço constante. Psíquicos: falta de atenção e de concentração, alterações de memória, irritação, pânico, pensamento repetitivo (muitas vezes relacionado ao ambiente de trabalho), ansiedade e até mesmo pensamento ou tentativa de suicídio. Defensivos: tendência ao isolamento, sentimento de impotência, perda do interesse pelo trabalho e lazer, absenteísmo, ironia, cinismo (em especial nos profissionais de saúde e educação). Comportamentais: negligência, irritabilidade, perda da iniciativa, melancolia e resistência a mudanças.