quinta-feira, 31 de outubro de 2013

EU ME QUERO DE VOLTA!



Um colega/amigo me disse que meus depoimentos são alarmantes.

A palavra foi muito bem colocada, pois o que pretendo é que os colegas fiquem com o alarme ligado. E não é o alarme contra incêndio, ao contrário. Sabe aquele fogo que queima dentro de você, aquela paixão avassaladora pela educação? Se a chama que resta se apagar “burn out”, não acende NUNCA mais. E não é só para o trabalho que não acende. Não acende para mais nada. NADA MESMO! Dificilmente você vai sorrir novamente, não vai mais a festas, reuniões familiares, você vai ser um anti-social.
O massacre que está ocorrendo com a nossa classe não começou e não termina com os episódios do Rio de Janeiro, ele é diário. Dentro de cada sala de aula lotada. Dentro de cada escola abandonada pelo sistema. Em cada palavrão, em cada gesto obsceno, em cada soco e empurrão. Nas provas para corrigir onde “casa” se escreve com z tanto quanto a “gasolina” do ENEM. Está no livro de chamada, onde não pode haver rasuras; um livro a ser preenchido com centenas de informações e que não é digital, no ano de 2013. O massacre psicológico das “caras feias” dos superiores, dos desmandes, do ECA, que pelo menos tem o nome que merece. O massacre da poluição sonora e visual.
O massacre começa na novela, passa pela música e destrói mesmo é na mídia comprada, nos conchavos sabe Deus de quem com quem e para o quê.

Resta-nos a indignação e o desesperador número de professores adoecidos. Entre eles eu, que não consigo pensar em outra coisa: EU ME QUERO DE VOLTA!!

5 comentários:

  1. Entendo perfeitamente toda esta situação. Vivi muitos anos da minha vida envolvida com tudo isto me rodeando. A diferença é que eu " tirava de letra", hoje, infelizmente, não mais. Poderia aqui, falar muito mais, mas prefiro não recordar agora tudo o que já tive que SUPORTAR.

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    1. Recordar dói muito né?
      Não sei o que te dizer. Só que tudo isso é muito triste.
      Beijo.

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  2. A situação do magistério em nosso país é crítica. As humilhações e violência cotra os profissionais da educação aumentam a cada dia.
    Sempre quis ser professora. Iniciei trabalhando nas classes de alfabetização, que eu amava. Depois cursei a faculdade de História e trabalho em turmas do segundo segmento do E.Fundamental e E. Médio.
    Fiz uma Pós Graduação mas quase nada do que aprendi ali posso usar nas minhas aulas; não há interesse por parte dos alunos. Apesar de usar recursos tecnológicos, vídeos, power point para dar maior qualidade às aulas, a maior parte da turma não tem interesse: preferem ouvir música nos fones do celular, xingar uns aos outros...e ao professor que se meter na confusão, ameaçar colegas e professores, tentar desmoralizar nossa classe.Muitos dos alunos estão ali apenas pela Bolsa Família mas há alguns que querem aprender - estes são a minoria mas eu quero ensinar, eu gosto desse trabalho! As pressões vem de todos os lados: diretores, coordenadores, Secretaria de Educação interessada que as escolas alcancem metas por ela traçadas, com o objetivo de mostrar que a educação está melhorando; sabemos que não está. Tudo isso é muito triste: ir para a escola e contar os minutos que faltam para terminar a aula em determinada turma, pois ela é a mais problemática da escola... e agradecer a Deus se conseguir sair da sala "ilesa" fisicamente pois psicologicamente saio semi- destroçada. Estou deixando para trás aqueles que deveriam ser o futuro do Brasil e penso... será que teremos um futuro com a educação que vemos nos últimos anos?

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  3. Eu, na verdade, não acredito em mais nada.

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