Um colega/amigo me disse que meus depoimentos são alarmantes.
A palavra foi muito bem colocada, pois o que pretendo é que
os colegas fiquem com o alarme ligado. E não é o alarme contra incêndio, ao contrário.
Sabe aquele fogo que queima dentro de você, aquela paixão avassaladora pela
educação? Se a chama que resta se apagar “burn out”, não acende NUNCA mais. E não é
só para o trabalho que não acende. Não acende para mais nada. NADA MESMO! Dificilmente
você vai sorrir novamente, não vai mais a festas, reuniões familiares, você vai
ser um anti-social.
O massacre que está ocorrendo com a nossa classe não começou
e não termina com os episódios do Rio de Janeiro, ele é diário. Dentro de cada
sala de aula lotada. Dentro de cada escola abandonada pelo sistema. Em cada
palavrão, em cada gesto obsceno, em cada soco e empurrão. Nas provas para corrigir
onde “casa” se escreve com z tanto quanto a “gasolina” do ENEM. Está no livro
de chamada, onde não pode haver rasuras; um livro a ser preenchido com centenas
de informações e que não é digital, no ano de 2013. O massacre psicológico das
“caras feias” dos superiores, dos desmandes, do ECA, que pelo menos tem o nome
que merece. O massacre da poluição sonora e visual.
O massacre começa na novela, passa pela música e destrói
mesmo é na mídia comprada, nos conchavos sabe Deus de quem com quem e para o quê.
Resta-nos a indignação e o desesperador número de professores
adoecidos. Entre eles eu, que não consigo pensar em outra coisa: EU ME QUERO DE
VOLTA!!
Entendo perfeitamente toda esta situação. Vivi muitos anos da minha vida envolvida com tudo isto me rodeando. A diferença é que eu " tirava de letra", hoje, infelizmente, não mais. Poderia aqui, falar muito mais, mas prefiro não recordar agora tudo o que já tive que SUPORTAR.
ResponderExcluirRecordar dói muito né?
ExcluirNão sei o que te dizer. Só que tudo isso é muito triste.
Beijo.
A situação do magistério em nosso país é crítica. As humilhações e violência cotra os profissionais da educação aumentam a cada dia.
ResponderExcluirSempre quis ser professora. Iniciei trabalhando nas classes de alfabetização, que eu amava. Depois cursei a faculdade de História e trabalho em turmas do segundo segmento do E.Fundamental e E. Médio.
Fiz uma Pós Graduação mas quase nada do que aprendi ali posso usar nas minhas aulas; não há interesse por parte dos alunos. Apesar de usar recursos tecnológicos, vídeos, power point para dar maior qualidade às aulas, a maior parte da turma não tem interesse: preferem ouvir música nos fones do celular, xingar uns aos outros...e ao professor que se meter na confusão, ameaçar colegas e professores, tentar desmoralizar nossa classe.Muitos dos alunos estão ali apenas pela Bolsa Família mas há alguns que querem aprender - estes são a minoria mas eu quero ensinar, eu gosto desse trabalho! As pressões vem de todos os lados: diretores, coordenadores, Secretaria de Educação interessada que as escolas alcancem metas por ela traçadas, com o objetivo de mostrar que a educação está melhorando; sabemos que não está. Tudo isso é muito triste: ir para a escola e contar os minutos que faltam para terminar a aula em determinada turma, pois ela é a mais problemática da escola... e agradecer a Deus se conseguir sair da sala "ilesa" fisicamente pois psicologicamente saio semi- destroçada. Estou deixando para trás aqueles que deveriam ser o futuro do Brasil e penso... será que teremos um futuro com a educação que vemos nos últimos anos?
Eu, na verdade, não acredito em mais nada.
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