sexta-feira, 9 de agosto de 2013
BURNOUT - ANTES, DURANTE E DEPOIS.
Antes, você se sente mal todo dia, não tem mais força, nem vontade; não tem disposição. Tem pesadelos ou insônia. Às vezes ao invés de dormir você fica “dando aula” deitado na cama, com os olhos fechados, passo a passo e quando a “aula” termina você começa tudo de novo. Teu coração não tem mais ritmo, ora bate violentamente rápido, ora dispara e volta ao normal. Durante as horas do trabalho você usa tua agenda para marcar os minutos que passaram e fica calculando quanto tempo ainda falta para vencer o dia. Você não acredita que está ali, não sabe por que merece passar por tanta violência, ver tantos absurdos, ouvir tanto barulho. Você sabe que algo está errado, mas não se entrega, afinal de contas foi sempre excelente, eficiente, empenhado, assíduo. Dizia sim para tudo e para todos. Na verdade você era onipotente, o maioral.
Durante, você quer morrer, ou melhor, você quer nunca ter existido. Sente-se inútil, com sono, com vergonha, com medo, com raiva, com tristeza. Seu corpo começa a responder com alergias, dores variadas. Só toma banho por decreto da família. Seus dentes quebram na raiz, pois você agora os range durante o sono. Você destrói relações afetivas. Você quebra objetos. Ou perde a fome ou come como um leão. Tenta suicídio, fica internado, faz amizade com gente como você e quer ficar com eles para sempre; os profissionais não permitem estes elos, trocando você de lugar, para não se acostumar a ser doente.
Depois você fica com sequelas, principalmente depressão. O medo permanece e você chora quase todo dia. O sono depende de tranquilizantes; tem que tomar remédio antidepressivo para sempre, como os diabéticos tomam insulina. Mas, com a diferença de que ninguém tem preconceito contra eles, mas com você é certeza que terão. Tenta revitalizar teus afetos, alguns não te querem mais. A ineficiência permanece, porque agora você não trabalha mais e não sabe fazer outra coisa. Faz algumas tentativas de passatempos úteis, mas perde o interesse rapidamente. Algumas pessoas te julgam, outras te repelem, outras te superprotegem. E os dias? Ah... Estes passam lentamente.
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