Estou aposentada por invalidez.
Fui professora durante 28 anos até ser acometida pela Síndrome de Burnout.
Desde 2010 só tenho pesadelos com a escola, mas isso não me impede de sonhar
acordada com uma realidade bem diferente da que vivi:
SE HOUVESSE UMA EQUIPE
MULTIDISCIPLINAR NA ESCOLA, eu escolheria estes profissionais:
O Físico,
professor, pesquisador e escritor renomado Dr. Newton de Carvalho Braga diria
que: Limites - No
Brasil, a NR-15 fixa os limites de tolerância à exposição aos ruídos contínuos
ou intermitentes. Para uma jornada de trabalho considera-se o efeito cumulativo
da exposição aos ruídos. A exposição é calculada levando-se em conta o tempo de
exposição e a intensidade. Nível
de Ruído -> Exposição Diária Máxima Permissível 85
dB -> 8 horas. Se isso não for considerado, podem-se causar danos ao organismo, como lesões
e degenerações no aparelho auditivo, vertigem, fadiga, irritação, nervosismo,
taquicardia e aumento da pressão arterial.
O Engenheiro Civil Amantino Cerci Jr., Mestre na sua atividade, diria
que: Os projetos estruturais devem ser mais bem planejados e gerenciados, para
que as manifestações patológicas a eles atribuídas possam ser amenizadas ou
eliminadas.
O Arquiteto Francis Júnior diria que está preocupado com o
ser humano que ocupará esta construção. Com o indivíduo, com as relações entre
o homem e o espaço construído.
Os Sociólogos Darlan Carlos Dias e Rita de Cássia Marchi diriam
que na “sala de aula”, para ser aceito
no grupo o jovem serve aos interesses deste, reforçando o que é comum aos
membros. Os jovens, de forma
particular, “tecem” a própria rede simbólica na construção de uma cultura entre
pares (cultura juvenil) no meio escolar. Em uma pesquisa verificaram que
a prática de “brincadeiras”, “bagunça”
e de “falar muito” na sala de aula, segundo os jovens, os distingue dos demais.
Outros disseram não gostar de estudar. Poucos não conversam e tiram boas notas.
Esta é a realidade.
O Antropólogo Celso dos S. Vasconcellos diria que: O "único" problema do professor é
que ele é um sujeito concreto - não é anjo, um ser abstrato -, que trabalha com
alunos também concretos, numa realidade concreta; se não fosse isto, tirando a
concretude do real, seria superfácil ser professor, mas aí também não haveria
necessidade de sua existência... Temos
uma clareza: ser "dador" de aula, "tomador" de conta de
aluno é fácil, mas ser professor, no seu sentido radical, não é fácil não. Por
isto o professor precisaria ser muito bem formado e muito valorizado.
O Médico Dr. Drauzio Varella diria que: Evolutivamente, o homem
não foi preparado para suportar o grau de tensão contínua e constante a que
está exposto todos os dias. Ao deparar-se com a fera ameaçadora, o homem
primitivo matava-a ou fugia. De volta à caverna, relaxava e recompunha o
equilíbrio orgânico e emocional indispensável para sua sobrevivência. Hoje, o
direito a essa pausa revigorante desapareceu da vida das pessoas. Mergulhadas
nos compromissos e problemas, elas nem se dão conta de quanto o corpo reclama
dessa agressão permanente. Recomendar mudanças no estilo de vida pode parecer
utopia. No entanto, se esse processo não for interrompido, os males causados à
saúde e à qualidade de vida podem tornar-se irreversíveis.
O Psicólogo Hamilton Viana
Chaves
diria que a Psicologia Escolar contribui para alcançar os objetivos
educacionais e para a recuperação da capacidade de transformação contínua da
Instituição Educacional. Para tanto, questiona a eterna repetição dos discursos
e das práticas que tomam como naturais ou individuais as queixas escolares,
como a repetência, a evasão e os “maus comportamentos”. A Psicologia concebe a
queixa escolar como fabricada no interior de um sistema complexo de relações –
em que estão situados professores, equipe técnica e administrativa, alunos,
família e a comunidade – estruturado de certo modo e em dado momento da
história da Instituição e dos seus protagonistas.
A Fonoaudióloga Jaqueline Oliani Ijuim nos diria o que fazer para
poupar a laringe de esforços desnecessários que muitas vezes são feitos e
trazem prejuízo à voz e desconforto ao falante. A higiene vocal deve ser
seguida por adultos e crianças, mas principalmente por profissionais que usam a
voz como meio de trabalho. A disfonia do professor vem sendo considerada como
doença profissional e social na maioria dos países. Dentre os profissionais da
voz, o professor tem apresentado maior incidência de problemas vocais. As
causas mais comuns são: utilização da voz por horas seguidas, tensão muscular,
padrão respiratório alterado, falar em ambientes ruidosos, competindo com o
som. Nas pesquisas realizadas no Brasil e no mundo as queixas mais citadas
pelos professores foram: cansaço vocal, rouquidão, ardência e pigarro.
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