Um colega/amigo me disse que meus depoimentos são alarmantes.
A palavra foi muito bem colocada, pois o que pretendo é que
os colegas fiquem com o alarme ligado. E não é o alarme contra incêndio, ao contrário.
Sabe aquele fogo que queima dentro de você, aquela paixão avassaladora pela
educação? Se a chama que resta se apagar “burn out”, não acende NUNCA mais. E não é
só para o trabalho que não acende. Não acende para mais nada. NADA MESMO! Dificilmente
você vai sorrir novamente, não vai mais a festas, reuniões familiares, você vai
ser um anti-social.
O massacre que está ocorrendo com a nossa classe não começou
e não termina com os episódios do Rio de Janeiro, ele é diário. Dentro de cada
sala de aula lotada. Dentro de cada escola abandonada pelo sistema. Em cada
palavrão, em cada gesto obsceno, em cada soco e empurrão. Nas provas para corrigir
onde “casa” se escreve com z tanto quanto a “gasolina” do ENEM. Está no livro
de chamada, onde não pode haver rasuras; um livro a ser preenchido com centenas
de informações e que não é digital, no ano de 2013. O massacre psicológico das
“caras feias” dos superiores, dos desmandes, do ECA, que pelo menos tem o nome
que merece. O massacre da poluição sonora e visual.
O massacre começa na novela, passa pela música e destrói
mesmo é na mídia comprada, nos conchavos sabe Deus de quem com quem e para o quê.
Resta-nos a indignação e o desesperador número de professores
adoecidos. Entre eles eu, que não consigo pensar em outra coisa: EU ME QUERO DE
VOLTA!!